quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes "Awww!”

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Some sunny day






Tu e os teus sapatos apertados.
Eu e a minha estética preversa.
Nós....nós somos mesmo assim.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Muita abstracção"

e talvez eu nunca vá ter a capacidade de sair. ou a coragem de me evadir como o vento que corre o mundo sem fronteiras.....

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Set down on the road with the gunshots exploding

Porque às vezes uma pessoa tem que ser mimada para se lembrar que tem valor, às vezes uma pessoa tem que falar com estranhos para se lembrar que existe fora do contexto, às vezes uma pessoa tem que olhar para o lado para realizar que ainda existe vida no planeta, às vezes uma pessoa tem que ser egoísta para se lembrar de pensar em si, às vezes uma pessoa tem que falar sem dizer nada para reconhecer que não se deve levar demasiado a sério, às vezes uma pessoa tem que exigir para se obrigar a exigir, às vezes uma pessoa tem que se elogiar para se recordar de se elogiar, às vezes uma pessoa é elogiada para não saber como defender-se, às vezes uma pessoa elogia para não se esquecer de ser sincero, às vezes uma pessoa tem que ser atacada para se lembrar de se defender, às vezes uma pessoa tem que se vitimizar para se ocupar de si, às vezes uma pessoa tem que pensar que o mundo inteiro é a sua concha para ter coragem, às vezes uma pessoa tem que pensar que a sua casa é o mundo inteiro para ter medo do que está depois da porta, às vezes uma pessoa sente-se bem porque está sol,às vezes uma pessoa sente-se mal, depois sente-se bem, depois sente-se qualquer coisa. Às vezes uma pessoa passa muitas vezes a sentir-se qualquer coisa para se habituar que a vida assim, às vezes uma pessoa leva-se ao extremo para se lembrar de viver ao máximo, às vezes uma pessoa acha que as palavras são muito poucas para se lembrar que fala sempre do mesmo, às vezes, muitas vezes, uma pessoa pede desculpa para se lembrar que se culpa por existir, às vezes uma pessoa pede desculpa porque sente muito, às vezes uma pessoa só quer desistir para se lembrar que tem essa hipótese como às vezes uma pessoa tem vontade para se esperançar de que o futuro é um lugar distante, às vezes uma pessoa só quer comer cagar e foder para se lembrar que é animal, às vezes uma pessoa só quer indagar pensar idealizar para se lembrar que é racional. Às vezes uma pessoa só quer ficar em casa porque tem medo de sair, às vezes uma pessoa só quer sair porque tem medo de estar em casa, às vezes uma pessoa só está porque não se está mal e outras vezes uma pessoa não está por que não se está bem, às vezes uma pessoa ouve música para se provocar, às vezes uma pessoa provoca-se para se confortar, às vezes uma pessoa tem que fazer o que uma pessoa tem que fazer porque tem que fazê-lo, às vezes uma pessoa rodeia-se de muita gente só para sentir que está acompanhado, às vezes uma pessoa está só para se relembrar que se tem a si, às vezes uma pessoa não se dá ao luxo de desistir para saber que é mais forte, outras vezes uma pessoa liga o automático e seja o que vier, às vezes uma pessoa engole sapos para saber que tem massa crítica, às vezes uma pessoa critíca para se relembrar de não engolir sapos, às vezes uma pessoa não partilha para se lembrar que é só seu, às vezes uma pessoa exterioriza para se sentir uma parte do todo, às vezes com isso sente-se bem, às vezes sente-se mal. Às vezes uma pessoa tem que dizer merda atrás de merda só porque sim, às vezes uma pessoa tem que generalizar-se atrás de generalizações e armar-se em Margarida Rebelo Pinto  só porque é mulher.

sábado, 11 de dezembro de 2010


Um inútil mundo governado por inúteis inutilmente entregues a tarefas tão inúteis quanto eles. Os outros, tão inúteis como os outros, no tentar tornarem-se inutilmente úteis correm inutilmente uns atrás dos outros, atrás dos outros, atrás dos outros.


Eles, os outros, os principais (?) inúteis, correm atrás dos outros outros para manterem inutilmente esta cadência inútil. E agora são uns atrás dos outros com os outros atrás deles. Arrastam-se todos, orgulhosos, numa inutilidade sobeja e reconhecidamente inútil. Os outros com os outros outros com os outros dos outros e assim por diante, inutilmente. Os inúteis dos governantes debitam inutilizáveis governações para que os ainda mais inúteis governados se inutilizem a torná-las utilitárias. Assim, anulam-se todos alegremente.


Ficam inutilmente felizes como ficam inutilmente tristes – porque todos os sentimentos são inúteis – com a inutilizável anulação. Numa inutilizável fertilização de inutilidade, os inúteis congratulam-se uns aos outros por tão inútil trabalho concretizado de forma tão primorosamente inútil.

Collage

São as vertigens, são as vertigens,
são outra vez as vertigens..........................................

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São as vertigens
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No meio deste nojo universal

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010



Just a boy and a little girl,
Trying to change the whole wide world,
I-Isolation,
The world is just a little town,
Everybody trying to put us down,
I-I-Isolation.
I don't expect you to understand,

domingo, 5 de dezembro de 2010

O banho

Joana toma banho todos os dias. Para iniciar este processo, Joana senta-se e olha-se. Depois acalma-se. Depois, dá início ao desenrolar do processo. 
Despe cada peça de roupa com a lentidão alcoólica de uma madrugada festiva. Todos os dias, Joana desloca -se até ao espelho e observa-se em pele. Pele que odeia, que repugna, que toda a vida esteve disposta a trocar na Ladra. Sai do quarto. Corre até à casa de banho. Pelo caminho, curto, os ossos arrepiam-se, os pôros dão sinais de vida. Entra na casa de banho onde é novamente bombardeada com reflexos de si mesma, com projecções de si, nua. Ignora-as. Ou tenta. Apercebe-se que é O momento. Lembra-se que é agora que vai estar verdadeiramente consigo.
Aquece a água e entra. Um pé, depois o outro, depois roda o chuveiro. A água escorre por si no sentido da gravidade e o seu dia escorre-se também na mesma precisa cadência. Joana revê-se e corrige-se à velocidade a que esfrega o seu corpo. Como se o sabão lavasse incoerências.
Joana lava o cabelo ao mesmo tempo que deseja lavar a sua cabeça - por dentro -  e todos aqueles pensamentos inóspitos. Joana apercebe-se, repentinamente, que aquele corpo intocádo e intocável, o seu, lhe dá vontade de vomitar.
E então, com a água quente a evaporar-se serenamente na pele, Joana decide morrer.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu a obedecer e tu a mandar

Vou andando por aí
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim à engrenagem
Ando muito deprimido