sexta-feira, 24 de junho de 2011

dilema entre ser arte e ser humano

acrescento à ideia a minha experiência. com dois ou três pontos empíricos subtrae-se a minha dúvida existencial ser-me viva ou ser-me arte. procuro as respostas necessárias no meu passado artístico prolífero e fortuito. terá sido ele que me guiou até aqui ou apenas um mero ganha pão? agora que me drogam o cerébro com o esterco da felicidade pergunto-me se devo ser artista ou se devo ser feliz. afinal sou já tão humana que não tenho nada para vos comunicar. nesta vivência automática de sorrisos vazios e oh, de sorrisos está o inferno cheio e sem comunicação não há criatividade que nos valha.

vou desabar um pouco mais o meu génio neste dilema vazio. em breve trar-vos-ei a resposta.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"MENS AGITAT MOLEM"

sábado, 18 de junho de 2011

a fronteira da secretária

eles dão-me drogas para me cegar.
eles lá me receitam para me calar.
eles fazem-me perguntas por perguntar.
(talvez eles nem saibam o meu nome), mas continuam a indagar.
Do outro lado da secretária, imponentes, eles escrevinham no papel e atestam:
ela, está doente.

eu afogo-me ora num sofá
ora noutro. novamente num. para voltar novamente ao outro.
fungo umas tristezas para o lencinho. e afogo as mágoas no profissional e sempre cuidadosamente distante ombro de alguém.
digo que sim para não lhes dizer que não
respondo não sei porque as perguntas feitas são sempre as erradas
e eu não minto, nunca
eu omito
lá me vou drogando à sua mercê porque afinal não tenho nenhuma melhor opção
ou me entrego aos meus diabos ou aos seus químicos.

e então aqui estou deste lado do sofá a assistir a todos a correr de um lado para o outro calmamente apressados para tornarem a minha vida algo suportavelmente melhor.
e eu simplesmente já não me importo. venho aqui mensalmente ou quinzenalmente picar o ponto aos meus enjoos desta gíria. eles dão-me palmadinhas nas costas e dizem-me "parabéns, está a evoluir muito bem".





eu? eu vou mas é deixar-me afundar no sofá enquanto eles gritam nomes complexos. Já agora aproveito para me fazer de vítima e pensar como é fodido ter o diabo no corpo.