terça-feira, 6 de dezembro de 2011

aurora boreal

o tempo é uma invenção,
do que não existe,
que não existe.

tendo calma conto
os segundos da convenção
eles, contam, ao ritmo deles.

eu, invento novos segundos, novos minutos
e outros separadores de tempo
como os cigarros.

quando amo
não existes
porque não deixo.

tu não me deixas
e chamas-me para jantar
a carne está sempre fria.

quando paro para pensar
que a carne está sempre fria
demoro-me a perguntar se esta convenção já existia.

o céu já foi construído hoje?
não o organizes
não és natural.

afasto-me do que chamam rotina
tu não me deixas
não me deixas.

achas que nasceste para viver assim?
sempre preso a um centro
sempre rodando num círculo.

o sol vai transformando a luz
a luz transforma-se numa outra luz
e tu ficas, eternamente, preso.

se és eterno, eternamente
reinventa-te, eternamente
a rotina mata-te internamente.

Sem comentários:

Enviar um comentário