Há entre mim e o mundo um fosso intransponível entre o que quero e para o que me almejam. Se antes procurava incansavelmente ser como eles agora desejo cada vez mais ser como eu. E isso não chega. Porque eles me procuram para que sejamos iguais e eu me afasto para que nos mantenhamos diferentes.
É incrível como com estas anotações indago sobre os paradoxos do mundo. E o fosso aumenta. E eu fico, invariavelmente, sozinha. Este isolamento urbano ao qual recorro sempre que posso não deixa de ser inovador pois se antes me encontrava do lado dos que secretamente desejam integrar-se agora incluo-me nos que se encontram secretamente à margem.
Depois de me inverter e consumir tantas vezes para me encontrar, aqui, neste lugar, é curioso constatar que mesmo não sendo a pessoa que me acostumei a ser não me acostumo a ser com os outros e parece já não haver lugar para mim, aqui.
Existe entre mim e o mundo um fosso intransponível. Impenetrável. Tão fundo......