Pertences ao espaço
Nunca às pessoas
O espaço é teu, temporariamente
E tu habita-lo, conscientemente.
As pessoas que te rodeiam já não te dizem nada
Pouco te conhecem
A nada te sabem
Continuas a abrir janelas
(...)
As pessoas cercam-te, cercam-te
E roubam-te o senso comum.
Crucificam-te com sentenças sobre o que de ti desconhecem.
E tu continuas a frequentar o espaço.
Porque ele te conhece.
O espaço passa então à concepção de ser inanimado.
Onde tu lhe sugas memórias felizes
E ele te oferece percepções sobre a natureza da/e a Humanidade.
Os outros estabelecem um secreto limiar entre o conhecer o espaço e o habitar o espaço.
Tu mantens-te firme porque não sabes viver sem o espaço.
Habitas o paradoxo infeliz de ele te tornar miserável e de sem ele miserável seres.